MODELOS E TENDÊNCIAS EVOLUTIVAS NOS SISTEMAS EDUCATIVOS EUROPEUS
Uma abordagem à educação e aos sistemas educativos é algo complexo pela diversidade e interligações dos diferentes domínios: sociais, politico, económico, científico ético e outros que subjazem a estes sistemas. Contudo, não podemos deixar de refletir sobre estas questões pela pertinência e inegável necessidade que as sociedade manifestam, sejam elas mais ou menos desenvolvidas, de adequar os sistemas de ensino às atuais realidades. A educação encarada de forma estruturada exige processos de aplicação, regulamentação e de resposta às exigências sociais e ainda, na preparação de cidadãos responsáveis, intervenientes e produtivos. Portanto, o sistema educativo de um país é o meio pelo o qual os cidadãos são preparados para os desafios da sociedade, de modo a ficarem aptos a enfrentar as mudanças que constantemente ocorrem.
Alvim e Heidi Toffler defendem a substituição do sistema de ensino público na maior parte dos países, pois entendem que o sistema de ensino atual está obsoleto “o sistema foi concebido para preparar as pessoas para ontem e não para amanhã”. Segundo eles o sistema educativo está a preparar as crianças para o trabalho na fábrica com o cumprimento de horários rígidos. Porém, neste século XXI, período de grandes viragens e mutações verifica-se que muitas pessoas trabalham em casa com horários flexíveis. Há uma mudança de estilos de vida, de formato de emprego e novas exigências sociais.
É evidente que com uma visão global do mundo é possível afirmarmos que existem sistemas educativos mais adequados que outros e não é novidade que alguns servem de modelo às reformas educativas de outros países. No entanto, apesar do fenómeno da globalização podemos com alguma facilidade notar que certos exemplos retirados de alguns sistemas educativos europeus não encaixam, por vezes, naqueles que os “copiam”, pois a cultura específica de cada país deixa desfasado determinados procedimentos, referindo inclusivamente o caso do sistema educativo português em que se “copiam” algumas boas práticas, por exemplo de sistemas educativos do Norte da Europa, mas não resultam como era esperado, pelo facto de se tornarem algumas práticas desgarradas e o facto das reformas do sistema de ensino andarem a reboque dos interesses económicos e políticos ficando para segundo plano o que muitas vezes é prioritário, como refere In’am AL- Mufti citando Jefferson “ nada há mais desigual do que tratar igualmente quem não é igual”.
Alvim e Heidi Toffler estão convictos que apesar da necessidade da substituição do sistema de ensino a mudança é algo extremamente difícil, dolorosa e perigosa de se fazer, pois existem milhões de pessoas a trabalhar nas escolas (professores e outros) que podem perder os seus empregos.
Pensamos que para um sistema educativo responder adequadamente e de forma mais rápida às especificidades de um país o modelo organizativo de sistema educativo a adotar poderá ser o de um modelo “descentralizado”. Ginn e Welsh (1999) apresentam três critérios de descentralização dos sistemas educativos: a legitimidade democrática ( critério de ordem política), o profissionalismo (critério de ordem técnica) ea eficácia de mercado (critério de ordem económica). A este propósito são apontadas várias vantagens de descentralização que passamos a elencar:
- Proporciona um aumento da eficácia organizacional;
- Evita fuga à responsabilidade, permite uma definição clara e precisads responsabilidades;
- Evita a saturação informativa;
- Permite melhorar a qualidade das decisões;
- Permite a redução de papéis e gastos nos serviços centrais;
- Aumenta a capacidade de resposta da organização;
- Permite que sejam acrescentados detalhes à informação que entra no processo de decisão;
- Contribui para a formação de funcionários mais responsáveis e conscientes dos seus resultados operacionais;
- É uma boa base de aprendizagem organizacional.

Referências bibliográficas:
Benedito, N. (2007) Centralização de Sistemas Educativos e Autonomia dos Actores Organizacionais – Tese de doutoramento, Universidade do Minho
Delors, J. et al. (1996). Educação um tesouro a descobrir. Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI. Porto: Edições Asa.
YouTube (Realizador). (s.d.). Alvin e Heidi Toffler criticam o Sistema Educativo - YouTube [Filme].
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