quarta-feira, 4 de julho de 2012

Alvim e Heidi Toffler comentam o Sistema Educativo atual



Alvim e Heidi Toffler  comentam o Sistema Educativo atual


 



Análise Globalizante

Exposição das
ideias principais

Alvim e Heidi Toffler defendem a substituição do sistema de ensino público, pois entendem que o sistema de ensino atual está obsoleto “o sistema foi concebido para preparar as pessoas para ontem e não para amanhã”. Segundo eles o sistema educativo está a preparar as crianças para o trabalho na fábrica com o cumprimento de horários rígidos. Porém, atualmente, verifica-se que muitas das pessoas trabalham em casa com horários flexíveis. Há uma mudança de estilos de vida de   formato de emprego e novas  exigências sociais.                                                                  

Apresentação dos
aspectos positivos/ negativos
Aspeto positivo – O sistema de educação de um país é o meio pelo o qual os cidadãos são preparados para os desafios da sociedade, de modo a se tornarem responsáveis e produtivos.

Aspeto negativo – É o facto das reformas  do sistema de ensino andarem a reboque dos interesses económicos e políticos ficando para segundo plano O que muitas vezes é prioritário. 


Palavras-chave


Sistema, educação, ensino, público, substituição, futuro

Análise Concentrada

Descrição do contexto e das situações/







Alvim e Heidi Toffler começam por afirmar que o sistema educativo do seu país e de tantos outros não estão preparados para o futuro. Recuam até ao século XIX para explicar a génese do sistema de ensino público dos Estados Unidos. As crianças criadas no campo sem horários para cumprir não eram bons operários nas fábricas, pois não estavam habituadas a cumprir regras, horários, não tinham disciplina. Ora, perante isso foi necessário projetar a escola de modo a parecer-se com uma fábrica. O professor à frente da turma é como seja o patrão e as crianças têm de ser pontuais com “disciplina industrial”isto é, chegar a horas e fazer trabalho repetido como se fazia numa linha de montagem.
O sistema de ensino público precisa de ser substituído, pois corre o risco de ficar completamente obsoleto, visto que cada vez mais as pessoas trabalham em casa com horários diferentes. Alvim e Heidi estão convictos que apesar da necessidade da substituição do sistema de ensino a mudança é algo extremamente difícil, doloroso e perigoso de se fazer pois milhões de pessoas a trabalhar nas escolas (professores e outros) podem perder os seus empregos.
Deram o exemplo do Japão e da Índia que embora sendo países com vontade de mudar o sistema de ensino para que as crianças sejam mais criativas e com capacidade para pensar não se tem revelado tarefa fácil.



domingo, 29 de abril de 2012

MODELOS E TENDÊNCIAS EVOLUTIVAS NOS SISTEMAS EDUCATIVOS EUROPEUS

Os textos apresentados integram uma componente de desenvolvimento da unidade curricular  "Sistemas Educativos: Organização e Avaliação" do curso de mestrado em supervisão pedagógica

MODELOS E TENDÊNCIAS EVOLUTIVAS NOS SISTEMAS EDUCATIVOS EUROPEUS
         
Uma abordagem à educação e aos sistemas educativos é algo complexo pela diversidade    e interligações dos diferentes domínios: sociais, politico, económico, científico ético e  outros que subjazem a estes sistemas. Contudo, não podemos deixar de refletir  sobre estas questões pela pertinência  e inegável necessidade que as  sociedade manifestam, sejam elas mais ou menos desenvolvidas, de adequar os sistemas de ensino às atuais realidades. A educação encarada de forma estruturada exige processos de aplicação, regulamentação e de resposta às exigências sociais e ainda, na preparação de cidadãos responsáveis, intervenientes e produtivos. Portanto, o sistema educativo de um país é o meio pelo o qual os cidadãos são preparados para os desafios da sociedade, de modo  a ficarem aptos a enfrentar as mudanças que constantemente ocorrem.
Alvim e Heidi Toffler defendem a substituição do sistema de ensino público na maior parte dos países, pois entendem que o sistema de ensino atual está obsoleto “o sistema foi concebido para preparar as pessoas para ontem e não para amanhã”. Segundo eles o sistema educativo está a preparar as crianças para o trabalho na fábrica com o cumprimento de horários rígidos. Porém, neste século XXI, período de grandes viragens e mutações verifica-se que muitas pessoas trabalham em casa com horários flexíveis. Há uma mudança de estilos de vida, de formato de emprego e novas exigências sociais.
 É evidente que com uma visão global do mundo é possível afirmarmos que existem sistemas educativos mais adequados  que  outros e não é novidade  que alguns servem de modelo  às reformas educativas de outros países.  No entanto, apesar  do fenómeno da globalização  podemos com alguma facilidade notar que certos exemplos retirados  de alguns sistemas educativos europeus  não encaixam, por vezes, naqueles  que os “copiam”, pois a cultura específica de cada país  deixa desfasado determinados procedimentos, referindo inclusivamente o caso do sistema educativo português  em que se “copiam” algumas boas práticas, por exemplo de sistemas educativos do Norte da Europa, mas não resultam como era esperado, pelo facto  de se tornarem algumas práticas  desgarradas e o facto das reformas do sistema de ensino andarem a reboque dos interesses económicos e políticos  ficando para segundo plano o que muitas vezes é prioritário, como refere In’am AL- Mufti citando Jefferson “ nada há mais desigual do que tratar igualmente quem não é igual”.
 Alvim e Heidi Toffler estão convictos que apesar da necessidade da substituição do sistema de ensino a mudança é algo extremamente difícil, dolorosa e perigosa de se fazer, pois existem milhões de pessoas a trabalhar nas escolas (professores e outros)  que podem perder os seus empregos.
Pensamos que para um sistema educativo responder adequadamente e de forma mais rápida às especificidades de um país o modelo organizativo de sistema educativo a adotar  poderá ser o de um modelo “descentralizado”. Ginn  e Welsh (1999)   apresentam três critérios de descentralização  dos sistemas educativos: a legitimidade democrática ( critério de ordem política), o profissionalismo (critério de ordem técnica) ea eficácia de mercado (critério de ordem económica).  A este propósito são apontadas várias vantagens de descentralização que passamos a elencar:
- Proporciona um aumento da eficácia organizacional;
- Evita fuga à responsabilidade, permite uma definição clara e  precisads responsabilidades;
- Evita a saturação informativa;
- Permite melhorar a qualidade das decisões;
- Permite a redução de papéis e gastos nos serviços centrais;
- Aumenta a capacidade de resposta da organização;
- Permite que sejam acrescentados detalhes à informação que entra no processo de decisão;
- Contribui para a formação de funcionários mais responsáveis e conscientes dos seus resultados operacionais;
- É uma boa base de aprendizagem organizacional.

                                

   Referências bibliográficas:
Benedito, N. (2007) Centralização de Sistemas Educativos e Autonomia dos Actores Organizacionais – Tese de doutoramento, Universidade do Minho
Delors, J. et al. (1996). Educação um tesouro a descobrir. Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI. Porto: Edições Asa.
YouTube (Realizador). (s.d.). Alvin e Heidi Toffler criticam o Sistema Educativo - YouTube [Filme].




segunda-feira, 2 de abril de 2012

Sistemas Educativos

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A abordagem a esta temática impulsiona-nos para a compreensão do conceito de “sistema” que tem origem no termo grego “sustêma”, que significa conjunto coerente.
 Deparamo-nos com vários conceitos de sistema, em  que diferentes autores colocam a tónica nas noções de inter-relação e do todo. Contudo, para os autores como (Rosnay; Ladrière; Edgar Morin)  o significado de sistema é mais complexo, envolvendo inter-ação dinâmica entre diferentes elementos com determinado objetivo. Para Gaspar, M.I., (1996:122) “um sistema é um conjunto organizado e coerente de áreas que o compõem, de práticas, de métodos e de estruturas, de acordo com uma concepção ou uma determinada doutrina, com vista a fins elaborados em função das necessidades de indivíduos ou da colectividade.”
             De uma forma geral, entendemos por “sistema educativo” o conjunto de meios e recursos que de forma organizada e estruturada e que com diversas ações se concretiza a educação, ficando esta à responsabilidade de diferentes instituições e entidades públicas e privadas. Assim sendo, os sistemas educativos são considerados um todo organizado, coerente e consistente, de modo, a revelarem-se eficazes na qualidade da educação que se pretende, dando resposta às necessidades da sociedade.
A educação encarada  na perspetiva do desenvolvimento humano, deve dar resposta  ao rápido e constante desenvolvimento tecnológico. Para John Dewey (1997), cit. por Gaspar, M.I,(2005)  “Educação significa a soma total dos processos pelos quais uma comunidade ou um grupo social, pequeno ou grande, transmite os seus poderes e as suas realizações a fim de assegurar  a sua própria existência e o seu crescimento contínuo.” 
            A necessidade crescente dos indivíduos possuírem um vasto número de competências, de forma a estarem  preparados para responderem às constantes mutações sociais,  exige  que os sistemas educativos sejam flexíveis  com capacidade de adaptação e evolução, revelando-se proativos  e capazes de recorrer às novas tecnologias de informação e comunicação. Consequentemente, os sistemas educativos tenderão a valorizar a capacidade criativa, a comunicação e o trabalho cooperativo. O progresso tecnológico deverá funcionar como elemento aglutinador dos indivíduos, contribuindo para o enriquecimento de saberes e para o exercício da cidadania, fazendo  com que a educação não seja  um fator de exclusão social.
A educação tem que ser o motor do desenvolvimento, apesar de termos consciência de que esse processo de desenvolvimento não é equitativo, pois nos países menos desenvolvidos a quantidade de informação disponível e a velocidade com que se propaga não é a mesma que ocorre nos países mais desenvolvidos.  Além disso, as desigualdades no acesso à educação não assenta só nas questões económicas, mas também na condição humana a que algumas mulheres são votadas, não tendo acesso livre e igual à educação. Para Delors (1996) a educação assenta em quatro pilares fundamentais: Aprender a ser, aprender a conhecer, aprender a fazer e aprender a viver juntos. Estes pilares de educação inter-relacionam-se  de forma equilibrada, com vista à concretização do mesmo objetivo que é o desenvolvimento do processo ensino – aprendizagem.   É esta noção de educação que subjaz ao conceito de sistema educativo.
Atualmente, o sistema educativo português preconiza o desenvolvimento humano e a coesão social, pelo que terá que desenvolver-se com a participação ativa de  todos os cidadãos, tendo assim o desafio de  ultrapassar a separação que existe com a sociedade, mais propriamente, com os professores (que entraram em luta na sequência da avaliação de desempenho e das recentes reformas curriculares). Sem o envolvimento de todos os intervenientes, as mudanças estarão condenadas ao fracasso.
O entendimento de que a educação e a formação profissional são fundamentais tem vindo a ser reforçado e posto em prática na reforma do sistema educativo, patente na estratégia de inovação e na formação ao longo da vida, como alicerce ao desenvolvimento económico e social. No entanto, o sistema educativo português apresenta algumas fragilidades, nomeadamente, a nível dos resultados. Este problema não está relacionado com a falta de recursos materiais, mas sim, com a pouca estabilidade dos professores, dos programas e falta de participação das famílias, pois muitas demitiram-se do seu papel.
A separação do sistema educativo português com  outros sistemas da sociedade, como por exemplo com o sistema económico, no que diz respeito ao mercado de trabalho traduz-se também num ponto fraco do nosso sistema educativo. Os jovens recém formados são muitas vezes impulsionados a ocultar as suas habilitações académicas  e a questionar a validade da sua formação.
Na prospeção às reformas efetuadas em sistemas educativos algumas linhas de força se têm destacado:  funcionalidade, diversificação da oferta para atender à  multiculturalidade dos cidadãos e a da continuidade, no sentido, de uma educação ao longo da vida. “Todos os cidadãos sejam eles ativos ou não, têm necessidade de ser educados e bem educados”. Assim sendo, os sistemas educativos têm uma importante função social que é a da formação e promoção da cidadania, norteado pela exigência e qualidade. Através da educação deverão formar-se cidadãos ativos com plena consciência e responsabilidade nas suas tomadas de decisão, assim como desenvolver capacidades de modo a torná-los aptos ao ingresso no mundo do trabalho que é cada vez mais exigente e competitivo.
Cada sistema educativo tem um valor em si mesmo, mas não pode subsistir exclusivamente em torno de si próprio, pois estaria condenado ao insucesso no seu propósito, debilitando assim a própria sociedade. É na interação dos vários sistemas e com responsabilidades partilhadas que resulta o modelo de sociedade. Para Louis d’ Hainaut, cit. por Gaspar, M.I., (2005) cada sistema educativo ocupa lugar num amplo quadro tridimensional: (1) histórico, (2) filosófico, ético, religioso e cientifico e (3) físico e geográfico, incluindo os recursos. Os sistemas educativos apresentam três níveis funcionais: político, administrativo e técnico-pedagógico.
Apresentamos ainda os parâmetros que estruturam os sistemas educativos; a idade de ingresso, o período de escolaridade obrigatória, a organização do sistema, (níveis ou fases  do percurso), modalidades e/ou tipos de formação, modalidades de transição, o esquema de progressão, os patamares de saída (perfis exigidos) os esquemas de continuidade e/ou de retorno, os momentos e modos de avaliação, a graduação, diplomas e certificação. Com vimos, os sistemas educativos são uma estrutura complexa que desempenham um papel fundamental na dinâmica social e que habilita cada indivíduo a exercer os seus direitos e deveres de cidadania numa participação individual e colectiva.

Referências bibliográficas:
Delors, J. (Coord.) (2005). Educação: um tesouro a descobrir. Relatório para a
UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI (9.ª Edição). Porto:
Edições Asa.
Ramos. C (2007)    “Sobre o conceito de “Sistema”, in http://www.moodle.univ-ab.pt/moodle/
 Ramos. C (2007) – “Aspectos contextuais dos Sistemas Educativos” in http://www.moodle.univ-ab.pt/moodle/
Ramos. C (s.d) - “Tendências Evolutivas das Sociedades Contemporâneas” in http://www.moodle.univ-ab.pt/moodle